Entrevista: Comunicação e Jogos

No dia 20 de julho, a convite do Prof. Dr.  Alex Martire, do curso de Arqueologia da USP, participei de uma entrevista realizada pelo grupo de pesquisa ARISE – Arqueologia Interativa e Simulações Eletrônicas. O grupo vem produzindo uma série de entrevistas com pesquisadores acerca de discussões que contemplam o campo da arqueologia digital e áreas correlatas.

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Preservação e Patrimônio em Jogo na Tecnocultura: a (Re)construção da Catedral de Notre-Dame em Assassin’s Creed

Catedral de Notre-Dame no jogo Assassin’s Creed Unity (2014). Fonte: Ubisoft.

Ainda no mês de julho, tive meu primeiro artigo em um journal publicado, escrito em co-autoria com minha colega de doutorado, Aline Corso, e nosso orientador, Prof. Dr. Gustavo D. Fischer. No artigo, intitulado “Preservação e Patrimônio em Jogo na Tecnocultura: a (Re)construção da Catedral de Notre-Dame em Assassin’s Creed, trouxemos para a discussão duas interseções entre o jogo Assassin’s Creed: Unity e a Catedral de Notre-Dame, a saber: como o jogo se apropria da materialidade desse patrimônio histórico e, do fogo que atingiu Notre-Dame em 2019, reflete como a ideia de (re)construção surge do jogo.

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O Déjà vu na Tecnocultura Audiovisual

(Capítulo extraído do meu artigo “O Efeito Cultural do Déjà vu em Jogos Dentro de Jogos” apresentado no XIX Intercom 2019, GP Games, sob orientação do Prof. Dr. Gustavo Daudt Fischer)

Grim Dawn e Diablo II. Imagem produzida pela autora.

Quando partimos da reflexão de Debra Benita Shaw que afirma que “ao falarmos de tecnologia, estamos nos referindo ao conjunto de ferramentas ou ‘técnicas’ que atendem aos requisitos de qualquer cultura” (2008, p. 14, tradução nossa) estamos nos posicionando sobre investigar técnicas e estéticas dos produtos comunicacionais pensados tecnoculturalmente, partindo do pressuposto de que pensamos sobre técnica e cultura em estado de relação, contágio, coalescência. Associada a essa perspectiva, agregamos uma segunda: todos os produtos comunicacionais podem ser pensados como corpos dotados de memória, essa é uma reflexão que parte de uma visão presente na obra do filósofo vitalista Henri Bergson (2005) que foi posteriormente articulada às reflexões sobre as audiovisualidades a partir do trabalho de Kilpp (2010) e outros. Estas duas perspectivas (visão tecnocultural e objetos de mídia como portadores de memória) acaba também comparecendo nas reflexões que convocam a leitura de Lev Manovich sobre as mídias digitais:

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Games e nostalgia na telona: Sonic e o recall do filme

Entrevista concedida para o TAB Uol, 20 de novembro de 2019.

Fonte: MobyGames

Todos lembram quando as primeiras imagens do filme Sonic foram divulgadas e o público fez duras críticas sobre a aparência do personagem que não dialogavam com o que conhecemos dos games. Fico na dúvida se esse acontecimento nas redes sociais podemos ou não chamar de uma espécie de “teste de audiência”. Essas críticas, na minha opinião, não surgem como estratégia para divulgação intencionalmente, mesmo que se possa fazer um uso inteligente de reverter a situação como o caso do Sonic. Para quem é fã do jogo e já passou horas jogando no Mega Drive na época, foi um impacto significante ver o personagem principal da série de jogos com um visual diferente do que está habituado. As reclamações foram desde o personagem possuir suas feições do rosto mais humanizadas, a falta de luvas ou ainda usar um tênis de corrida e não a clássica sapatilha pontiaguda dos jogos. Toda essa repercussão fez com que alguns fãs criassem a sua própria versão do personagem com o visual corrigido. Nesse caso o que chama a atenção é a maneira como se deram as críticas em massa através das redes sociais e, de certo modo, a apropriação por parte do público em remodelar o personagem conforme julgavam ser a melhor representação.

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Um olhar sobre a preservação de jogos

No começo do ano passado (2018) entrei no programa de mestrado em Ciências da Comunicação (Unisinos), e desde a especialização, concluída em 2016, tive o interesse de seguir estudando jogos. Ao ir aprofundando cada vez mais o meu olhar nesse universo, foi me chamando mais a atenção em olhar para o jogo em si (não vídeos de gameplay) e entender como que algumas coisas se davam: no caso a existência de jogos que são possíveis de serem jogados dentro de si. Com essa perspectiva de olhar jogos dentro de jogos aproximando de uma ideia de um efeito cultural do déjà vu, acabo me aproximando da necessidade de buscar por jogos antigos para entender os vestígios que aparecem em jogos mais atuais: a lembrança de um outro tempo (da sua própria franquia ou de outros jogos), seja no caráter de tributo/nostalgia/afeto ou por seguir um estilo de jogo precursor de determinado gameplay.

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A jornada de uma jovem padawan

“Always pass on what you have learned.” ( Yoda, The Jedi Master)

Fonte: Pexels.com

Quem me conhece há muitos anos sabe bem que nunca fui a aluna nota 10. Tinha dificuldade para levar à sério os estudos, sempre passava “na média” quando não pegava recuperação. Felizmente nunca reprovei. Estudei da pré-escola até o terceiro ano do ensino médio na mesma escola, um colégio estadual, colégio de ensino público. E me orgulho disso. Talvez no período escolar eu não tivesse maturidade suficiente para aproveitar o que me era oferecido ou em me dedicar mais para colher os frutos ao fim do ensino médio.

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